As influências do Banco Mundial no atual Ensino de Artes no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15536/reducarmais.5.2021.2487Palavras-chave:
Acesso à Educação, Ensino de Arte, Políticas públicasResumo
Este artigo tem o objetivo de contribuir para a compreensão das influências do Banco Mundial nas políticas educacionais brasileiras, com destaque para o ensino na área de Artes. Elaboramos uma breve análise de documentos que envolvem o Banco Mundial e suas orientações para a educação, especificamente para a brasileira, identificando os impactos das suas diretrizes no ensino de Artes e como isso afetou a escolha de seus conteúdos no currículo das escolas no Brasil. Para tanto, analisamos leis e documentos do governo brasileiro, a partir de 1990, que regem a educação e os direitos a quem ela se destina. Tomamos como referenciais teóricos os estudos de Altmann (2002), Peroni (2000), Dias (2017), Nosella (2015), Cabral Neto (2012), dentre outros importantes pesquisadores de políticas educacionais brasileiras. No âmbito das Artes, utilizamos os estudos de Silva (2015), Araujo (2019) e Suzuki (2019). Por meio da análise empreendida, verificamos que, em relação ao ensino de Artes, é frequente a adoção de práticas que privilegiam a formação técnica do estudante, direcionando-o para o mercado, mas que desvaloriza os conteúdos das ciências humanas, sociais e artísticas para uma formação cidadã.
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