“A casa torta” e a formação pedagógica: deslizando os sentidos da infância
DOI:
https://doi.org/10.15536/reducarmais.6.2022.2700Palavras-chave:
Personagem conceitual, Infância, Literatura, Formação de professoresResumo
Este trabalho toma a obra "A Casa Torta" como ponto de injunção de três planos discursivos entorno da representação da infância. 1º, da autora, Agatha Christie, circunscrita pelas regras que regem o romance policial enquanto gênero literário. 2º, da narrativa, a criança Josephine, elevada ao estatuto de personagem conceitual, e, 3º, da experiência da leitura desse livro como possibilidade para o processo de formação em pedagogia. Propõe-se a articulação desses planos como forma de contraposição aos discursos homogeneizadores entorno da infância, como efeito de deslocamentos na produção dos sentidos. Apoiados pela Análise de Discurso Francesa, que assinala os limites das interpretações como o próprio lugar do trabalho do analista, destacamos a potência da representação da criança torta quando desconectada do erro ou do patológico, e atrelada à presença de um hiato que nos desafia a preencher com a precariedade da palavra. Nesse mesmo processo, a criança torta na educação é aquela que resiste tanto às rotinas escolares, quanto à aprendizagem, colocando-se em posição deslocada e dando a ver o processo de produção de sentidos em suas formas históricas.
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