O ensino remoto na pandemia e a precarização da prática pedagógica de professores de Porto Velho: pertinências e impertinências
DOI:
https://doi.org/10.15536/reducarmais.5.2021.2219Palavras-chave:
Pandemia; COVID-19; Trabalho remoto; Prática Pedagógica; Precarização.Resumo
Em tempos da pandemia da COVID-19, o Ministério da Educação (MEC) e o Conselho Nacional de Educação (CNE) respaldaram as atividades escolares no país. Assim, todas as escolas públicas optaram pelo ensino remoto. Neste cenário, a presente pesquisa do tipo descritiva, de abordagem qualitativa, objetivou analisar a compreensão dos professores quanto à precarização da sua prática pedagógica e o que foi pertinente e impertinente no contexto do ensino remoto. Participaram dessa investigação, por meio de um questionário on-line, seis professoras que atuam em uma escola da Rede Municipal de Ensino de Porto Velho-RO. Os resultados evidenciam que todas as professoras compreendem que o ensino remoto precarizou sua prática pedagógica e alegam dificuldades atinentes às condições de trabalho. Sobre as pertinências, mencionam que a relação entre família e escola melhorou e os alunos não ficaram totalmente sem aulas. Quanto às impertinências, a ênfase recai sobre a falta de formação tecnológica para a utilização das ferramentas digitais. Conclui-se, portanto, que para mudanças abruptas como as que ocorreram na prática pedagógica dos professores, a formação destes deve receber especial atenção.
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