O ensino de multiplicação e a Teoria dos Campos Conceituais: uma prática com alunos surdos

Autores

DOI:

https://doi.org/10.15536/reducarmais.7.2023.3147

Palavras-chave:

Educação Matemática, Educação de Surdos, Campo Multiplicativo, Materiais Manipuláveis, Escola Bilíngue de Surdos

Resumo

Este artigo é um recorte da pesquisa de mestrado já concluída que abordou a temática da multiplicação na Educação de Surdos a partir da Teoria dos Campos Conceituais, de Gérard Vergnaud. O objetivo deste artigo é descrever, discutir e analisar dois encontros, de um total de oito, realizados com estudantes surdos do Ensino Fundamental, cujo foco era o ensino da multiplicação. A produção dos dados, desta pesquisa de abordagem qualitativa, foi realizada a partir da gravação em vídeo dos oito encontros realizados, para posterior transcrição e análise. As tarefas de cada encontro foram organizadas em um grau de dificuldade crescente, acompanhando o desenvolvimento e o raciocínio dos alunos sobre o processo de multiplicação com a inserção de diferentes materiais manipuláveis. Participaram da pesquisa oito alunos surdos, de 5º e 6º anos, de uma escola bilíngue de surdos da cidade de XXX. Os principais resultados mostram a importância do uso do material concreto e visual para os alunos, levando-os a refletirem sobre os processos vivenciados em sala de aula, de forma a construírem e aprofundarem seus saberes.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fabiane Carvalho Böhm, Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Licenciada em Matemática pela Universidade Católica de Pelotas (UCPel), Especialista em Educação Matemática pela UCPel e Mestre em Educação Matemática pela Universidade Federal de Pelotas (PPGEMAT/UFPel). Tem experiência na área da Educação de Surdos desde 2001. Atualmente é diretora da Escola Bilíngue Professor Alfredo Dub. 

Thais Philipsen Grutzmann, Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Licenciada em Matemática pela Universidade Federal de Pelotas (UFPel), Especialista em Matemática e Linguagem, em Educação – ênfase na Educação de Surdos e em Serviço de Atendimento Educacional Especializado, ambas pela UFPel, Mestre em Educação em Ciências e Matemática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) e Doutora em Educação pela UFPel. Atualmente é Professora Associada da UFPel, em Pelotas/RS. Foi Vice-Diretora do Instituto de Física e Matemática (gestão 2018-2022), Coordenadora (gestão 2020-2022) e Coordenadora Adjunta (gestão 2018-2020) do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática – PPGEMAT, e Coordenadora do Curso de Licenciatura em Matemática a Distância (gestão 2014-2017). Trabalha nos cursos de Licenciatura em Matemática Diurno, Noturno e à Distância. Integrante do Grupo de Pesquisa “GEEMAI – Grupo de Estudo em Educação Matemática com ênfase nos Anos Iniciais”. Coordenadora da Pesquisa MathLibras.

Tatiana Bolivar Lebedeff, Universidade Federal de Pelotas - UFPel

Licenciada em Educação Especial com habilitação em Deficientes da Áudiocomunicação pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Especialização em Formação de Professores em Educação a Distância pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Mestrado em Educação pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) e Doutorado em Psicologia do Desenvolvimento pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Realizou Estágio Pós-Doutoral Sênior na University College London - DCAL, com bolsa CAPES (2015) investigando Objetos de Aprendizagem no ensino de Línguas de Sinais. Realizou estágio Pós-Doutoral no Montgomery County Comunity College em Ambler, Pensilvânia, com bolsa CAPES (2007) investigando o Shared Reading Project da Universidade Gallaudet em Washington. Atualmente é Professora Associada da UFPel, em Pelotas/RS, na Área de Libras do Centro de Letras e Comunicação. É docente efetiva do Programa de Pós Graduação em Letras da UFPel. Participa do Grupo Interinstitucional de Pesquisa em Educação de Surdos / GIPES.

Referências

ABREU, Márcia Cristina Barreto Fernandes de. Abordagem socioantropológica da surdez, Língua de Sinais e Educação Bilíngue: uma perspectiva histórica e cultural. Obutchénie. Revista de Didática e Psicologia Pedagógica, [S. l.], v. 4, n. 3, p. 711–734, 2020. DOI: 10.14393/OBv4n3.a2020-58434. Disponível em: https://seer.ufu.br/index.php/Obutchenie/article/view/58434. Acesso em: 7 fev. 2023.

BOALER, Jo. Mente sem barreiras: as chaves para destravar seu potencial ilimitado de aprendizagem. Porto Alegre: Penso, 2020

BOALER, Jo; CHEN, Lang; WILLIAMS, Cathy; CORDERO, Montserrat. Seeing as Understanding: The Importance of Visual Mathematics for our Brain and Learning. Journal of Applied & Computational Mathematics. v. 5: 325, 2016. Disponível em: https://www.hilarispublisher.com/open-access/seeing-as-understanding-the-importance-of-visual-mathematics-for-our-brain-and-learning-2168-9679-1000325.pdf. Acesso em: 14 jul. 2021.

AUTOR, ano.

BRASIL. Lei nº. 10.436 de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências. D.O.U. DE 25/04/2002, P. 23.

BRASIL. Decreto nº. 5.626 de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei no 10.436, de 24 de abril de 2002, que dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais -Libras, e o art. 18 da Lei no 10.098, de 19 de dezembro de 2000. D.O.U. DE 23/12/2005.

BRASIL. Lei nº. 12.319, de 1º de setembro de 2010. Regulamenta a profissão de Tradutor e Intérprete da Língua Brasileira de Sinais - LIBRAS. D.O.U. DE 02/09/2010.

BRASIL. Lei nº. 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). D.O.U. DE 07/07/2015.

CAMPELLO, Ana Regina e Souza. Aspectos da visualidade na educação de surdos. Tese (Doutorado) - Curso de Educação, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2008. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/handle/123456789/91182. Acesso em: 29 jul. 2021.

GERHARDT, Tatiana Engel; SILVEIRA, Denise Tolfo. Métodos de pesquisa; coordenado pela Universidade Aberta do Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

GITIRANA, Verônica; CAMPOS, Tânia Maria Mendonça; MAGINA, Sandra; SPINILLO, Alina. Repensando multiplicação e divisão: contribuições da Teoria dos Campos Conceituais. São Paulo: PROEM, 2014.

GROSSI, Esther Pillar (org). Piaget e Vygotski em Gérard Vergnaud: Teoria dos Campos Conceituais TCC. Porto Alegre: GEEMPA, 2017.

LACERDA, Cristina Broglia Feitosa de; SANTOS, Lara Ferreira dos; MARTINS, Vanessa Regina de Oliveira (orgs.). Libras: aspectos fundamentais. Curitiba: InterSaberes, 2019.

LEBEDEFF, Tatiana Bolivar. Aprendendo a ler “com outros olhos”: relatos de oficinas de letramento visual com professores surdos. Cadernos de Educação. FaE/PPGE/UFPel. n. 36, p. 175-195, maio/agosto 2010.

LEBEDEFF, Tatiana Bolivar. Experiência Visual e Surdez: Discussões sobre a Necessidade de uma “Visualidade Aplicada”. Revista Forum. jandez, n. 29/30, 2014.

LORENZATO, Sérgio. Laboratório de ensino de matemática e materiais manipuláveis. In: LORENZATO, Sérgio (org). O Laboratório de ensino de matemática na formação de professores. Campinas, SP: Autores Associados, 2006. p. 3-37.

LULKIN, Sérgio Andres. O discurso moderno na educação dos surdos: práticas de controle do corpo e a expressão cultural amordaçada. In: SKLIAR, Carlos. A surdez: um olhar sobre as diferenças. 8. ed. Porto Alegre: Mediação, 2016. Cap. 2. p. 33-49.

MOREIRA, Marco Antônio. A Teoria dos Campos Conceituais de Vergnaud, o Ensino de Ciências e a Pesquisa nesta área. Investigações em Ensino de Ciências, v. 7, n. 1, 2002. Disponível em https://goo.gl/crAHYR. Acesso em 17 de julho de 2018.

MOREIRA, Marco Antônio. Aprendizagem significativa: a teoria e textos complementares. São Paulo: Editora Livraria da Física, 2011.

NUNES, Terezinha; EVANS, Debora; BARROS, Rossana; BURMAN, Diana. Promovendo o Sucesso das Crianças Surdas em Matemática: Uma Intervenção Precoce. Cuadernos de Investigación y Formación en Educación Matemática. 2013. Año 8. Número 11. p. 263-275. Costa Rica.

PERLIN, Gladis; MIRANDA, Wilson. Surdos: o narrar e a política. Ponto de Vista, Florianópolis, n. 05, p. 217-226, 2003.

POWELL, Arthur B.; FRANCISCO, John M.; MAHER, Carolyn A. Uma abordagem à análise de dados de vídeo para investigar o desenvolvimento das ideias matemáticas e do raciocínio de estudantes. Bolema, Rio Claro-SP, v. 17, n. 21, maio/2004.

RAMOS, Luzia Faraco. Conversas sobre números, ações e operações: uma proposta criativa para o ensino da matemática nos primeiros anos. São Paulo: Ática, 2009.

SANTOS, Júlio César Furtado dos. Aprendizagem Significativa: modalidades de aprendizagem e o papel do professor. Porto Alegre: Mediação, 2008.

SEVERINO, Antonio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. 23. ed. São Paulo: Cortez, 2007.

SMOLE, Katia Stocco; DINIZ, Maria Ignez (org.). Materiais manipuláveis para o ensino das quatro operações básicas. Porto Alegre: Penso, 2016.

VERGNAUD, Gérard. Entrevista com Gérard Vergnaud. Nova Escola, Edição 215, set. 2008. Disponível em https://goo.gl/8CqVpd. Acesso em 29 de julho de 2017.

VERGNAUD, Gérard. A criança, a matemática e a realidade. Curitiba: Ed. da UFPR, 2009a.

VERGNAUD, Gérard. O que é aprender. In: BITTAR, Marilena; MUNIZ, Cristiano Alberto (org.). A aprendizagem matemática na perspectiva da Teoria dos Campos Conceituais. Curitiba: CRV, 2009b.

Downloads

Publicado

2023-05-02

Como Citar

Carvalho Böhm, F., Philipsen Grutzmann, T., & Bolivar Lebedeff, T. . (2023). O ensino de multiplicação e a Teoria dos Campos Conceituais: uma prática com alunos surdos. Revista Educar Mais, 7, 427–443. https://doi.org/10.15536/reducarmais.7.2023.3147

Edição

Seção

Artigos