Desigualdades sociais e escolares: perspectivas de ingresso no Ensino Superior por estudantes da EJA
DOI:
https://doi.org/10.15536/reducarmais.4.2020.1878Palavras-chave:
EJA, Ensino Superior, Trajetórias Escolares, Divinópolis (MG).Resumo
Neste artigo são apresentados os resultados de uma pesquisa realizada na cidade de Divinópolis (MG), que teve por objetivo analisar as perspectivas de ingresso dos estudantes da EJA no ensino superior. Por meio de uma abordagem qualitativa, o desenho metodológico considerou a aplicação de um questionário a 142 (cento e quarenta e dois) sujeitos que estavam concluindo esta modalidade de ensino em 2019, com o intuito de levantar aspectos relacionados às trajetórias escolares, perfil socioeconômico dos estudantes e expectativas sobre o acesso ao ensino superior. Os dados revelaram que uma maioria considerável dos alunos tem interesse em dar continuidade aos estudos, porém possuem capital informacional e cultural insuficientes a respeito dos trâmites para a inserção na educação superior. Com isso, fica evidente no estudo que as desigualdades de acesso ao capital cultural derivam da desigualdade social, próprias das sociedades de classes, bem como é pertinente que estes estudantes, sem oportunidade de acesso ou permanência no ensino básico regular, sejam encorajados e instruídos à longevidade escolar.Downloads
Referências
ALMEIDA, Adriana CORSO, Ângela. A Educação de Jovens e Adultos: Aspectos históricos e sociais. [online] PUC-PR, 2015. Disponível em:https://educere.bruc.com.br/arquivo/pdf2015/22753_10167.pdf. Acesso em: 17 de maio 2020.
ARROYO, Miguel. A educação de jovens e adultos em tempos de exclusão. Alfabetização e Cidadania, São Paulo, n. 11, p. 1-96, abr. 2001.
BOURDIEU, Pierre. A distinção: crítica social do julgamento. São Paulo: Edusp, 2008.
BOURDIEU, Pierre. A escola conservadora:as desigualdades frente à escola e à cultura. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio (Org.). Escritos de Educação: Pierre Bourdieu. Petrópolis: Vozes, 2010a. p. 39-64.
BOURDIEU, Pierre. As contradições da herança. In: NOGUEIRA, Maria Alice; CATANI, Afrânio (Org.). Escritos de educação: Pierre Bourdieu. Petrópolis: Vozes, 2010b. p. 229-238.
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. [online] Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ ldbn1.pdf. Acesso em: 09 mar. 2020.
BRASIL. Ministério de Educação e Cultura. LDB – Lei nº 9394/1996, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996. [online] Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/lei9394_ ldbn1.pdf. Acesso em: 09 mar. 2020.
CAMARGO, Janira. A mulher nos documentos da Educação de Jovens e Adultos e Adultas. Revista Ártemis, João Pessoa, v. 14, p. 155- 163, ago./dez. 2012.
DANTAS, Marcos. A lógica do capital-informação: a fragmentação dos monopólios e a monopolização dos fragmentos num mundo de comunicações globais. 2. ed. Rio de Janeiro: Contraponto, 2002. 198 p.
DI PIERRO, Maria Clara; JOIA, Orlando; RIBEIRO, Vera Masagão. Visões da educação de jovens e adultos no Brasil. [online] Cad. CEDES. 2001, vol. 21, n. 55, p. 58-77. ISSN 0101-3262. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0101-32622001000300005. Acesso em: 16 de abr. 2020.
GIL, António Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª ed. São Paulo: Editora Atlas S.A., 2008.
GOLDENBERG, Mirian. A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em Ciências Sociais. 10ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2007.
IBGE. Estudo revela 60 anos de transformações sociais no país. [online] In.: Agência IBGE Notícias. Brasília, 2007. Disponível em:https://agenciadenoticias.ibge.gov.br/agencia-sala-de-imprensa/2013-agencia-de-noticias/releases/13300-asi-estudo-revela-60-anos-de-transformacoes-sociais-no-pais. Acesso em 10 abr. 2020.
LAHIRE, Bernard. Entrevista com Bernard Lahire. TAKEUTI, Norma Missae. Cronos, Natal-RN, v. 10, n. 2, p. 165-177, jul./dez. 2009. 173 p.
LAHIRE, Bernard. Homem Plural: os determinantes da ação. Petrópolis: Vozes, 2002.
LAHIRE, Bernard. Retratos Sociológicos: disposições e variações individuais. Porto Alegre: Artemed, 2004.
LÜDKE, Menga; ANDRÉ, Marli. Pesquisa em educação: abordagens qualitativas. São Paulo: EPU, 1985.
MACHADO, Ana Maria Nogueira. Pesquisa escolar:uma questão para resolver.Dissertação (Mestrado em Biblioteconomia) – Faculdade de Biblioteconomia - PUCCAMP, Campinas: 1989.
MACHADO, Maria Margarida. A educação de jovens e adultos: Após 20 vinte anos da Lei nº 9.394, de 1996. Revista Retratos da Escola, Brasília, v. 10, n. 19, p. 429-451, jul./dez. 2016. [online] Disponível em: http//www.esforce.org.br. Acesso 15 de abr. 2020.
NOGUEIRA, Cláudio Marques Martins; NOGUEIRA, Maria Alice. A sociologia da educação de Pierre Bourdieu: Limites e contribuições. In: Revista Educação e Sociedade, vol. 3, nº 78, Campinas, 2002.
NOGUEIRA, Cláudio Marques Martins. O processo de escolha dos estudos superiores: desafios para a investigação sociológica. In: VIEIRA, Maria Manuel; RESENDE, José; NOGUEIRA, Maria Alice; DAYRELL, Juarez; MARTINS, Alexandre; CALHA, António (Org.). Habitar a escola e as suas margens - Geografias Plurais em Confronto. 1ºed. Portalegre, Portugal: Instituto Politécnico de Portalegre - Escola Superior de Educação, 2013, p. 73-84.
OLIVEIRA, Maria Marly de. Como fazer pesquisa qualitativa. 2ºed. Rio de janeiro: Vozes, 2005.
SAMPAIO, Sônia Maria Rocha. Entre a escola pública e a universidade: longa travessia para jovens de origem popular. In: Observatório da vida estudantil: primeiros estudos [online]. Salvador: EDUFBA, 2011, p. 27-51
SANTOS, Leide Rodrigues dos. Mobral: a representação ideológica do regime militar nas entrelinhas da alfabetização de adultos. Revista Crítica Histórica, Ano V, nº 10, p.304-317, dez. 2014.
SUASSUNA, Fernanda. Estudo revela que pandemia afeta mais a saúde mental das mulheres. [online]. Vida e Estilo, abril de 2020. Disponível em: https://www.metropoles.com/vida-e-estilo/comportamento/estudo-revela-que-pandemia-afeta-mais-a-saude-mental-das-mulheres. Acesso em 24 de jun. de 2020.
TRIVINÕS, Augusto Nibaldo Silva. Introdução à pesquisa em ciências sociais: a pesquisa qualitativa em educação. São Paulo: Atlas, 1987.
VIANA, Maria José Braga. Em que consiste a excelência escolar dos meios populares? O caso de universitários da UFMG que passaram pelo programa Bom Aluno de Belo Horizonte. In: PIOTTO, Débora Cristina (Org.) Camadas populares e universidades públicas: trajetórias e experiências escolares. São Carlos: Pedro & João Editores, 2014.
ZAGO, Nadir. Do acesso à permanência no ensino superior: percursos de estudantes universitários de camadas populares. Revista Brasileira de Educação, v. 11, n. 32, p. 226-237, maio/ago. 2006.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2020 Tatiane Kelly Pinto de Carvalho, Paulo Roberto de Souza Anastácio, Maraísa Inês de Assis Martins, Hugo Henrique Silva
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International License.
DECLARAÇÃO DE RESPONSABILIDADE: Certifico que participei da concepção do trabalho, em parte ou na íntegra, que não omiti quaisquer ligações ou acordos de financiamento entre os autores e companhias que possam ter interesse na publicação desse artigo. Certifico que o texto é original e que o trabalho, em parte ou na íntegra, ou qualquer outro trabalho com conteúdo substancialmente similar, de minha autoria, não foi enviado a outra revista e não o será enquanto sua publicação estiver sendo considerada pela Revista Educar Mais, quer seja no formato impresso ou no eletrônico.
O autor responsável pela submissão representa todos os autores do trabalho e, ao enviar o artigo para a revista, está garantindo que tem a permissão de todos para fazê-lo. Da mesma forma, assegura que o artigo não viola direitos autorais e que não há plágio no trabalho. A revista não se responsabiliza pelas opiniões emitidas.
A Revista Educar Mais é de acesso aberto (Open Access), sem que haja a necessidade de pagamentos de taxas, seja para submissão ou processamento dos artigos. A revista adota a definição da Budapest Open Access Initiative (BOAI), ou seja, os usuários possuem o direito de ler, baixar, copiar, distribuir, imprimir, buscar e fazer links diretos para os textos completos dos artigos nela publicados.
Todos os artigos são publicados com a licença Creative Commons Atribuição-NãoComercial 4.0 Internacional. Os autores mantém os direitos autorais sobre suas produções, devendo ser contatados diretamente se houver interesse em uso comercial dos trabalhos.