Um estudo longitudinal acerca da evolução das posturas epistemológicas de um grupo de licenciandos em Química
DOI:
https://doi.org/10.15536/reducarmais.4.2020.205-220.1759Palavras-chave:
Epistemologia da Ciência, Filosofia da Ciência, Formação inicial de professores, Química.Resumo
A Ciência é considerada pela sociedade, em geral, como um corpo de conhecimento dissociado do seu cotidiano. Esse senso comum sobre a Ciência é, em grande parte, reflexo de um processo de ensino que não promove discussões sobre a temática. Entendendo a importância desses debates, programas de formação de professores têm incluído disciplinas de História e Filosofia da Ciência (HFC), com o intuito de preparar os professores para discutir os processos subjacentes a produção e evolução do conhecimento científico. O presente trabalho teve como objetivo investigar as contribuições da Filosofia da Ciência para a evolução das posturas epistemológicas de um grupo de discentes da Licenciatura em Química do Instituto Federal Sul-rio-grandense – Campus Pelotas Visconde da Graça. Para isso, três questionários foram aplicados e analisados seguindo as orientações metodológicas da Análise Textual Discursiva. Os resultados indicam que houve evoluções para posturas absolutistas da Ciência. Entendendo a importância de uma postura relativista para uma compreensão sociocultural da Ciência, consideramos relevante seu aprofundamento na disciplina de HFC, bem como nas disciplinas específicas do curso.
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