COVID-19 e necropolítica no Distrito Federal no período de fevereiro de 2020 a junho de 2021

quem morre quando um governo decide que a liberdade é mais importante que a vida?

Autores

  • Viviane Xavier de Araujo Cruz Universidade Federal do Rio Grande do Sul
  • Marcelo Leandro Eichler Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.15536/thema.V21.2022.653-677.1950

Resumo

Aborda-se, neste trabalho, um momento crítico da pandemia de COVID-19, em que milhões de pessoas morriam e ainda não havia vacinação ou, em seguida, havia poucas pessoas vacinadas. Ademais, meio à preocupação mundial com a propagação do vírus, o Brasil tornava-se em 2020 e 2021 o epicentro da pandemia. No entanto, apesar de especialistas do mundo inteiro recomendarem, entre outras medidas, o isolamento social para conter o avanço do vírus enquanto não havia uma vacinação em massa, o Presidente Bolsonaro declarou-se, desde o início, contrário ao modelo de distanciamento, com o argumento de que, sem trabalhar, muitas pessoas morreriam de fome. Ante o exposto, o objetivo geral deste trabalho foi analisar a possível contradição entre o Estado enquanto garantidor do direito à vida e à saúde (conforme a Constituição Federal de 1988) e o modelo de governo neoliberal que resultou em uma diferença na dinâmica de propagação do vírus entre ricos e pobres, estudando o caso específico do Distrito Federal. A partir da análise de dados epidemiológicos, relacionando-os com aspectos socioeconômicos, observou-se um neoliberalismo necropolítico, em que a classe C é a que mais morre da doença, e pobres, negros e moradores de periferia são os que, se infectados, têm mais chances de morrer.

Palavras-chave: COVID-19; neoliberalismo; necropolítica.

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Biografia do Autor

Viviane Xavier de Araujo Cruz, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Doutoranda em Educação em Ciências pela UFRGS, Mestre em Administração Pública pela UFG, Especialista em Relações Internacionais e em Filosofia, ambas pela UnB, e graduada em Comunicação Social pela UnB. Atualmente é também estudante de Direito no IDP.

Marcelo Leandro Eichler, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui Licenciatura em Química (1997), mestrado em Psicologia (2000) e doutorado em Psicologia do Desenvolvimento (2004), todos pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Lecionou em outras quatro universidades públicas (UERGS, UFBA, FURG e UFSC) e, atualmente, é professor adjunto do Departamento de Química Inorgânica da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), docente permanente dos programas de pós-graduação em Educação (UFRGS) e em Educação em Ciências: Química da Vida e Saúde (UFRGS/UFSM/FURG).

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Publicado

2022-07-25

Como Citar

XAVIER DE ARAUJO CRUZ, V.; LEANDRO EICHLER, M. COVID-19 e necropolítica no Distrito Federal no período de fevereiro de 2020 a junho de 2021: quem morre quando um governo decide que a liberdade é mais importante que a vida?. Revista Thema, Pelotas, v. 21, n. 3, p. 653–677, 2022. DOI: 10.15536/thema.V21.2022.653-677.1950. Disponível em: https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/view/1950. Acesso em: 22 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas