Educação Escolar Quilombola e o acesso ao ensino superior público brasileiro

Autores

  • Matheus Monteiro Nascimento Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre/RS - Brasil
  • Alan Alves-Brito Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre/RS - Brasil

DOI:

https://doi.org/10.15536/thema.V23.2024.205-223.3136

Palavras-chave:

educação escolar quilombola, desigualdades educacionais, raça, classe social

Resumo

No âmbito das discussões sobre educação escolar quilombola diferenciada, a ambiguidade raça-classe se apresenta como um empecilho epistêmico importante. Apesar de algumas décadas de investimento analítico na problematização das relações étnico-raciais no contexto escolar brasileiro, ainda não foram realizadas pesquisas com foco específico no desempenho de estudantes quilombolas. Por isso, no presente trabalho analisamos o desempenho de estudantes nas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) e avaliamos se este desempenho permite que os estudantes quilombolas ingressem no ensino superior público brasileiro. Desenvolvemos um estudo quantitativo utilizando dados do ENEM e do Censo da Educação Básica para estabelecer reflexões sobre de que maneira os sentidos da raça e classe social se interseccionam e se materializam nas desigualdades escolares contemporâneas. Metodologicamente nos valemos de estatísticas descritivas interpretadas à luz da literatura educacional e sociológica. Os resultados revelam que estudantes quilombolas possuem, em média, perfil socioeconômico que pode ser associado com a classe popular e suas chances de ingresso no ensino superior são diminutas. Discutimos os resultados a partir do mito da democracia racial e da meritocracia e problematizamos ações de políticas públicas para a educação escolar quilombola.

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Biografia do Autor

Matheus Monteiro Nascimento, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre/RS - Brasil

O Professor Matheus Monteiro Nascimento é Licenciado em Física pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS - 2014), mestre em Ensino de Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS - 2016) e doutor em Ensino de Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS - 2019). Atualmente é Professor Adjunto do Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul e docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Física da UFRGS. Sua tese de doutorado intitulada "O acesso ao ensino superior público brasileiro: um estudo quantitativo a partir dos microdados do Exame Nacional do Ensino Médio" recebeu menção honrosa no Prêmio CAPES Tese do ano de 2020. Seus interesses de pesquisa concentram-se nas relações entre as sociologias da educação, do conhecimento e da ciência com a área da Educação em Ciências. Publicações recentes incluem análises de desigualdades educacionais na Educação em Ciências e questões teóricas e metodológicas da pesquisa em Educação em Ciências. É editor adjunto do Caderno Brasileiro de Ensino de Física.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/9156636264886572

Alan Alves-Brito, Universidade Federal do Rio Grande do Sul - UFRGS, Porto Alegre/RS - Brasil

Cursou Bacharelado em Física na Universidade Estadual de Feira de Santana (2002), Mestrado (2004) e Doutorado (2008) em Ciências (Astrofísica Estelar) no Instituto de Astronomia, Geofísica e Ciências Atmosféricas da USP. Realizou estágios de doutorado no Chile (Alfa/LENAC), Estados Unidos (FAPESP) e Austrália (Sanduíche CAPES). Foi pesquisador visitante em centros de pesquisa em Portugal e Alemanha. Realizou estágios de pós-doutorado (2008-2014) no Chile (PUC) e na Austrália (Swinburne University e Australian National University, onde também atuou como Super Science Fellow). Atualmente é Professor Adjunto no Instituto de Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, onde desenvolve atividades de ensino, pesquisa, extensão, divulgação científica e gestão. Cursou especialização em Literatura Brasileira (UFRGS, 2023) e, atualmente, cursa doutorado em educação (UFRGS, 2023). Tem trabalhado em pesquisa (Programas de Pós-Graduação em Física/UFRGS; PPG em Ensino de Física/UFRGS; PPG em Divulgação em Ciências/Fiocruz; e no Núcleo de Estudos Africanos, Afro-Brasileiros e Indígenas/UFRGS) em temas voltados para a evolução química de diferentes populações estelares da Via Láctea, educação e divulgação de Astronomia e Física, incluindo questões decoloniais, étnico-raciais, de gênero e suas intersecções nas ciências exatas. Membro da União Astronômica Internacional, Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, Sociedade Astronômica Brasileira, Sociedade Brasileira de Física, Associação Brasileira de Pesquisadores(as) Negros(as) e da Associação de Pesquisa em Educação em Ciências (ABRAPEC), foi eleito em 2014 Membro Correspondente da Academia de Ciências da Bahia. Coordena o PLOAD (Portuguese Language Office of Astronomy for Development) e é representante brasileiro no Office for Education, ambos da União Astronômica Internacional. Foi diretor do Observatório Astronômico da UFRGS (2017-2020) e membro da diretoria da Sociedade Astronômica Brasileira (2018-2020). Atualmente é membro da diretoria da ABRAPEC. Autor de artigos, livros de ciências e literatura, educação e divulgação em ciências, um deles finalista do Prêmio Jabuti 2020. Foi agraciado com o Prêmio José Reis de Divulgação Científica e Tecnológica 2022, na Categoria Pesquisador e Escritor.

Lattes: http://lattes.cnpq.br/2662775834462406

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Publicado

2024-04-02

Como Citar

NASCIMENTO, M. M.; ALVES-BRITO, A. Educação Escolar Quilombola e o acesso ao ensino superior público brasileiro. Revista Thema, Pelotas, v. 23, n. 1, p. 205–223, 2024. DOI: 10.15536/thema.V23.2024.205-223.3136. Disponível em: https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/thema/article/view/3136. Acesso em: 30 abr. 2024.

Edição

Seção

Ciências Humanas

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