Educação infantil e o Ensino Fundamental: a relação entre o docente e as teorias desenvolvimento humano
DOI:
https://doi.org/10.15536/thema.15.2018.1335-1350.985Keywords:
Educação Infantil, Ensino Fundamental, Desenvolvimento Humano, Prática docente.Abstract
O presente trabalho faz parte do projeto de pesquisa intitulado “O docente e o desenvolvimento humano: teorias e práticas em um ritual de passagem”. O objetivo deste foi investigar as possíveis contribuições que as teorias do desenvolvimento humano de Piaget, Vygotsky, Wallon e Freud podem oferecer aos docentes no processo de transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental, frente às mudanças no âmbito educacional. O desenvolvimento humano envolve diversos fatores devido à complexidade que o constitui. O ser humano, ao longo do seu crescimento, possui necessidades físicas, afetivas e intelectuais que se modificam em relação a faixa etária em que esse se encontra. Nesse contexto, percebe-se a importância do estudo do desenvolvimento humano, pois não se pode lidar da mesma forma com uma criança, um adolescente ou um adulto. Essas fases se diferenciam ao mesmo tempo que são interligadas por serem fundamentação da evolução do ser humano. O docente, na escola, ao lado do aluno é um dos participantes estruturantes dessa instituição. Nesse aspecto, tão importante quanto a sua figura, como componente desse todo, é a prática que este exerce em sala de aula. A elaboração dessa se faz fundamental no compartilhamento do conhecimento, no qual o professor atua como mediador. Desse modo, propicia caminhos para a progressão contínua dos alunos em relação aos saberes ministrados, em especial na transição da Educação Infantil para o Ensino Fundamental. A Educação Infantil e o Ensino Fundamental são dois níveis de ensino de extrema importância, não apenas na escolarização das crianças e adolescentes, esses vão muito além. São neles, em meio a componentes curriculares e práticas educativas, que são formados os cidadãos que serão a base da sociedade. Nesse contexto, é essencial considerar a fase do desenvolvimento humano que envolve cada um desses níveis de ensino. Dessa forma, a escola pode viabilizar, dentro do seu processo de ensino e aprendizagem, meios nos quais as singularidades dos alunos sejam respeitadas, sem deixar em segundo plano sua progressão como indivíduo. Sobre a metodologia, utilizou-se a pesquisa qualitativa apoiada em pesquisa bibliográfica descritiva. Para a pesquisa de campo foi utilizada a entrevista estruturada, dirigida a três professoras que atuam nos níveis de ensino mencionados, em uma escola pública de Passos, Minas Gerais. Também se fez uso da observação participante. Utilizou-se a análise de conteúdo como ferramenta para interpretação dos dados da pesquisa, tendo como referência Minayo. A partir dos dados encontrados, observou-se que as intervenções da teoria piagetiana resultam em diferentes possibilidades de contribuição para o desenvolvimento das práticas pedagógicas. Essas práticas visam o desenvolvimento da criança, respeitando suas singularidades. A teoria piagetiana destaca que a elaboração do conhecimento se constitui em meio há alguns processos. O indivíduo está imerso em um processo constante de adaptação de novos conhecimentos. Nesse contexto, tal conhecimento provoca mudanças nos esquemas de adaptação, que necessita incorporar o novo conhecimento para organizá-lo junto aos saberes que já possui. Logo, esses processos se fazem permanentes em relação a todas as situações. Demonstrou-se que a forma de intervenção baseada nos jogos e brincadeiras, acrescidas aos componentes curriculares, permite minimizar os desafios encontrados nesse ritual de transição. Como resultado desse trabalho, as evidências reforçam que a formação do docente e a aplicabilidade do conhecimento acadêmico são imprescindíveis à prática pedagógica, no contexto educativo. Sob esse aspecto, a junção da prática docente e dos conhecimentos acadêmicos desencadeia a reflexão das práticas escolares, proporcionando a construção significativa do processo educacional.Downloads
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