Fast Fashion: pesquisa sobre a exploração da mão de obra em negócios de vestuário no Brasil

Autores

  • Vivian Andreatta Los Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) https://orcid.org/0000-0002-3862-245X
  • Mariana Luísa Schaeffer Brilhante Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) https://orcid.org/0000-0003-1708-1487
  • Valdecir Babinski Júnior Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) https://orcid.org/0000-0002-5298-4756
  • Gabrielly Eduarda Gretter Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)
  • Gabriela Mueller Alegre Piontkiewicz Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)
  • Samira Gabrielly Ubinski Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)

DOI:

https://doi.org/10.15536/2594-4398.2021.v5.n5.pp.103-130.2652

Palavras-chave:

Exploração da mão de obra, Terceirização, Indústria de Confecção Brasileira

Resumo

Essa pesquisa teve como objetivo identificar os episódios, na história da moda, em que houve o surgimento do fast fashion e do emprego de mão de terceirizada composta por trabalho análogo à escravidão. A metodologia foi pautada em pesquisas bibliográficas e no aplicativo Moda Livre®, do qual foram extraídas informações acerca de empresas auditadas. Constatou-se que: (I) em meados de 1990, a escravidão contemporânea começou a ser questionada dentro da indústria de confecção; (II) de 1994 até 2014, cresceram as denúncias de trabalho escravo ligadas ao fast fashion; (III) a partir de 2019, pela pressão do mercado consumidor e de novas legislações, varejistas mundiais passaram a adotar práticas de fair trade (comércio justo, em livre tradução); e, atualmente, (IV) percebe-se que, de 41 empresas autuadas no Moda Livre®, 25 estão cadastradas na Associação Brasileira de Varejo Têxtil (ABVTEX) que, por sua vez, realiza auditorias para averiguar se as práticas de trabalho respeitam à dignidade humana.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Vivian Andreatta Los, Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)

É mestra em Educação (2015) pela Universidade Regional de Blumenau (FURB). É especialista em Educação Profissional Integrada a Educação Básica (2010) pelo Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC). É graduada em Design-Moda (2005) pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (Uniasselvi). Atualmente, é professora efetiva do IFSC e ministra aulas no Curso Superior de Tecnologia em Design de Moda.

Mariana Luísa Schaeffer Brilhante, Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)

É mestranda em Design de Vestuário e Moda pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). É especialista em Estudos Culturais e os Currículos Escolares Contemporâneos da Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS, 2018). É graduada em Design de Moda pela Universidade Luterana do Brasil (ULBRA, 2017).

Valdecir Babinski Júnior, Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc)

É mestre em Design de Vestuário e Moda (2020) pela Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc). É pós-graduado em marketing (2018) pela Universidade de São Paulo (USP/ESALQ). É graduado em Moda, com habilitação em design de moda (2014), pela Udesc. Atualmente, é professor assistente na Udesc e ministra aulas no bacharelado em moda.

Gabrielly Eduarda Gretter, Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)

É estudante do curso técnico integrado em modelagem do vestuário do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), campus Jaraguá do Sul (SC), centro.

Gabriela Mueller Alegre Piontkiewicz, Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)

É estudante do curso técnico integrado em modelagem do vestuário do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), campus Jaraguá do Sul (SC), centro.

Samira Gabrielly Ubinski, Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC)

É estudante do curso técnico integrado em modelagem do vestuário do Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), campus Jaraguá do Sul (SC), centro. 

Referências

ABIT. Abit apoia combate ao trabalho escravo. ABIT, 2021.Disponível em: https://www.abit.org.br/noticias/abit-apoia-combate-ao-trabalho-escravo. Acesso em: 28 maio 2021.

ABIT. Perfil do Setor: Dados gerais do setor referentes a 2019 (atualizados em dezembro de 2020). ABIT, 2020. Disponível em: https://www.abit.org.br/cont/perfil-do-setor. Acesso em: 28 maio 2021.

ABVTEX. Nosso propósito. 2021. Disponível em: https://www.abvtex.org.br/. Acesso em: 5 jun. 2021.

AVELAR JÚNIOR, O. V. de. Estratégia de marcas próprias nas lojas de departamentos. Ciências Administrativas, Fortaleza (CE), vol. 17, núm. 1, abril pág. 146–179, 2011. Disponível em: https://www.redalyc.org/pdf/4756/475647552005.pdf. Acesso em: 19 maio 2021.

AVELAR, S. Moda: globalização e novas tecnologias. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2009.

BABINSKI JÚNIOR, V. et al. Moda e Consumo Sustentável: um exemplo de Florianópolis (SC). Mix Sustentável, Florianópolis, v. 7, n. 1, p. 93–110, 21 dez. 2020. Disponível em: https://ojs.sites.ufsc.br/index.php/mixsustentavel/article/view/4287. Acesso em: 8 mar. 2021.

BERLIM, L. Moda e sustentabilidade: Uma reflexão necessária. São Paulo: Estação das Letras e Cores, 2016.

BRASIL. LEI Nº. 10.803, DE 11 DE DEZEMBRO DE 2003. 2003. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.803.htm. Acesso em: 10 nov. 2021.

CANÇADO, F. B.; LEAL, C. R. F. A adoção de selos sociais como mecanismo de combate ao trabalho escravo contemporâneo na cadeia Têxtil e de Confecção do Vestuário. Forum Fashion Revolution, 2020.

CANDIDO, B. M. Fashion Revolution Brasil: análise da interação entre consumidor e Marca. IFSC, 2018. Disponível em: https://repositorio.ifsc.edu.br/bitstream/handle/123456789/972/tcc.bruna_maria_candido.pdf. Acesso em: 12 maio 2021.

CHAE, Y.; HINESTROZA, J. Building Circular Economy for Smart Textiles, Smart Clothing, and Future Wearables. Materials Circular Economy, SUÍÇA, 2: 2, 1–4, abril 2020. Disponível em: https://link.springer.com/article/10.1007/s42824-020-00002-2. Acesso em: 15 maio 2021.

COUTINHO, M.; KAULING, G. B. Fast fashion e slow fashion: o paradoxo e a transição. Memorare, Tubarão, v. 7, n. 3, set./dez. 2020. Disponível em: http://portaldeperiodicos.unisul.br/index.php/memorare_grupep/article/view/10211. Acesso em: 4 fev. 2021.

DELPIERRE, M. Ville de Paris, Musée de la Mode et du Costume. Indispensables accessoires XVIe-XXe SIÈCLE. Musée de la Mode et du Costume. Fragnolo — Itália: Editora UMBRA SAS: 1997.

DORNELLES, S. S. Trabalho compulsório e escravidão indígena no Brasil imperial: reflexões a partir da província paulista. Universidade Federal do Maranhão (UFMA), Departamento de História. São Luís, MA, Brasil. 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/rbh/a/rgy7QbXBkb5chc8xRvrMxsc/. Acesso em: 12 maio 2021.

FLETCHER, K.; GROSE, L. Moda e sustentabilidade: design para mudança. 1. Ed. São Paulo: Senac, 2011.

GIL, A. C. Métodos de pesquisa social. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2008.

GUIMARÃES, A. L. F.; RODRIGUES, K. R. de A. L. A quarteirização sob a ótica da reforma trabalhista. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 23, n. 5649, 19 dez. 2018. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/70192. Acesso em: 9 ago. 2021.

HOLLAND, H. M. et al. O trabalho análogo ao escravo na sociedade do hiperconsumo: uma análise das corporações transnacionais. In: CALGARO, C. Constitucionalismo e Meio Ambiente, Tomo II: consumo [recurso eletrônico]. Porto Alegre: Editora Fi, 2020.

INSTITUTO FASHION REVOLUTION. Índice de Transparência da Moda no Brasil. 2020. Disponível em: https://issuu.com/fashionrevolution/docs/fr_indicedetranparenciadamodabrasil_2020. Acesso em: 16 jun. 2021.

KLEIN, N. Sem Logo: A Tirania das Marcas em um Planeta Vendido. Rio de Janeiro: Record, 2002.

LEE, M. Eco chic: o guia de moda ética para a consumidora consciente. São Paulo: Larousse do Brasil, 2009.

LEGNAIOLI, S. O que é slow fashion e por que adotar essa moda? 2021. Disponível em: https://www.ecycle.com.br/industria-da-moda/. Acesso em: 18 fev. 2021.

MELLO, L. M. de; CÉSAR, J. B. M. A exploração do trabalho escravo contemporâneo na indústria brasileira da moda. Cadernos Jurídicos da Faculdade de Direito de Sorocaba, São Paulo, v. 1, p. 347–375, 2020. Disponível em: https://www.fadi.br/revista/index.php/cadernosjuridicos/article/view/63. Acesso em: 10 ago. 2021.

MELO, K. Brasil teve mais de mil pessoas resgatadas do trabalho escravo em 2020. Agência Brasil, 2020. Disponível em: https://agenciabrasil.ebc.com.br/direitos-humanos/noticia/2020-01/brasil-teve-mais-de-mil-pessoas-resgatadas-do-trabalho-escravo-em. Acesso em: 23 jul. 2021.

MONITORA 8.7. II Plano Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo. Ciclo 2018. Ações e Metas, 2018. Disponível em: https://monitora87.org/visualizaplano. Acesso em: 1 jul. 2021.

MÜLLER, M.; MESQUITA, F. Admirável Moda Sustentável: Vestindo um novo mundo. São Paulo: Artipol, 2018.

PITOMBO, T. D. de T., GIULIANI, A. C.; PIZZINATTO, N. K. Fair Trade (Comércio Justo) como estratégia na sustentabilidade empresarial. Unesp, Jaboticabal, 2017.

PYL, B.; HASHIZUME, M. Zara não comparece à Assembleia Legislativa; CPI é defendida. Inpacto, 2011. Disponível em: https://inpacto.org.br/zara-nao-comparece-a-assembleia-legislativa-cpi-e-defendida/. Acesso em: 11 jun. 2021.

REFOSCO, E.; OENNING, J.; NEVES, M. Da Alta Costura ao Prêt-à-porter, da Fast Fashion a Slow Fashion: um grande desafio para a Moda. Moda Palavra, UDESC. 2011. Disponível em: https://www.periodicos.udesc.br/index.php/modapalavra/article/view/7808/5376. Acesso em: 18 fev. 2021.

REPÓRTER BRASIL. Dados sobre trabalho escravo no Brasil. ONG Repórter Brasil, 2014. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/dados/trabalhoescravo/. Acesso em: 12 maio 2021.

REPÓRTER BRASIL. A moda de explorar o trabalhador. ONG Repórter Brasil, 2016. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2016/08/a-moda-de-explorar-o-trabalhador/. Acesso em: 17 jul. 2021.

REPÓRTER BRASIL. As marcas da moda flagradas com trabalho escravo. 2012. ONG Repórter Brasil, 2012. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2012/07/especial-flagrantes-de-trabalho-escravo-na-industria-textil-no-brasil/. Acesso em: 11 jun. 2021.

REPÓRTER BRASIL. Com Amissima, são 38 as marcas de moda envolvidas com trabalho escravo no Brasil. ONG Repórter Brasil, 2018. Disponível em: https://reporterbrasil.org.br/2018/12/com-amissima-sao-38-as-marcas-de-moda-envolvidas-com-trabalho-escravo-no-brasil. Acesso em 12 maio 2021.

SALCEDO, E. Moda Ética Para Um Futuro Sustentável. 1ª ed. São Paulo: Editora GG Brasil, 2014.

SALGADO, K. O Luxo e a Alta-costura: Uma análise semiótica. Dissertação do Programa de Pós-Graduação em Têxtil e Moda da Escola de Artes de Artes Ciências e Humanidade da Universidade de São Paulo para obtenção do título de Mestre em Ciências. 2015.150 p.

SANT'ANNA, P. Ciência e Cultura. MODA: uma apaixonante história das formas. 2009. Disponível em: http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252009000100020. Acesso em: 9 fev. 2021.

SCHULTE, K. C. Compliance para moda sustentável. 2019. São Paulo, E-book Fórum Fashion Revolution, 2019.

SUZUKI, N. O caderno: Escravo, nem pensar! no município de São Paulo. ONG Repórter Brasil, 2020. Disponível em: https://escravonempensar.org.br/wp-content/uploads/2020/06/enp_sp_2018-2019.pdf. Acesso em: 10 nov. 2021.

UNESCO. Aprender para se tornar parte do mundo. Educação para a sobrevivência futura, 2020. Disponível em: http://www.apcep.pt/docs/APRENDER%20PARA%20SE%20TORNAR%20PARTE%20DO%20MUNDO.pdf. Acesso em: 23 abr. 2021.

ONU. Sobre o nosso trabalho para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável no Brasil. 2021. Disponível em: https://brasil.un.org/pt-br/sdgs. Acesso em: 5 jun. 2021.

Publicado

2021-12-21

Como Citar

LOS, V. A.; BRILHANTE, M. L. S.; BABINSKI JÚNIOR, V.; GRETTER, G. E.; PIONTKIEWICZ, G. M. A.; UBINSKI, . S. G. Fast Fashion: pesquisa sobre a exploração da mão de obra em negócios de vestuário no Brasil. Revista Poliedro, Pelotas, Brasil, v. 5, n. 5, p. 103–130, 2021. DOI: 10.15536/2594-4398.2021.v5.n5.pp.103-130.2652. Disponível em: https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/poliedro/article/view/2652. Acesso em: 21 nov. 2024.