Fast Fashion: pesquisa sobre a exploração da mão de obra em negócios de vestuário no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.15536/2594-4398.2021.v5.n5.pp.103-130.2652Palavras-chave:
Exploração da mão de obra, Terceirização, Indústria de Confecção BrasileiraResumo
Essa pesquisa teve como objetivo identificar os episódios, na história da moda, em que houve o surgimento do fast fashion e do emprego de mão de terceirizada composta por trabalho análogo à escravidão. A metodologia foi pautada em pesquisas bibliográficas e no aplicativo Moda Livre®, do qual foram extraídas informações acerca de empresas auditadas. Constatou-se que: (I) em meados de 1990, a escravidão contemporânea começou a ser questionada dentro da indústria de confecção; (II) de 1994 até 2014, cresceram as denúncias de trabalho escravo ligadas ao fast fashion; (III) a partir de 2019, pela pressão do mercado consumidor e de novas legislações, varejistas mundiais passaram a adotar práticas de fair trade (comércio justo, em livre tradução); e, atualmente, (IV) percebe-se que, de 41 empresas autuadas no Moda Livre®, 25 estão cadastradas na Associação Brasileira de Varejo Têxtil (ABVTEX) que, por sua vez, realiza auditorias para averiguar se as práticas de trabalho respeitam à dignidade humana.
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