TY - JOUR AU - Demo, Pedro AU - Antônio da Silva, Renan PY - 2020/10/08 Y2 - 2024/03/28 TI - Vieses manhosos de uma academia que acha não os ter JF - Revista Educar Mais JA - reducarmais VL - 4 IS - 3 SE - Artigos DO - 10.15536/reducarmais.4.2020.2038 UR - https://periodicos.ifsul.edu.br/index.php/educarmais/article/view/2038 SP - 659-685 AB - <p>Talvez por conta da pandemia de 2020, as pessoas estejam mais contritas e sensíveis.&nbsp;Temos visto algumas reiterações da pedagogia do amor, em geral citando Maturana, que tem sido o principal patrono da ideia. Nada mais necessário, também verdadeiro. No entanto, fica o gosto amargo de hipocrisia institucional, ao vermos que nosso sistema de ensino é tudo, menos pedagogia do amor. Pode soar a pieguice sonsa. Vejo alguns educadores encantados com a ideia, pelos quais tenho o maior respeito, porque sei de sua integridade e competência acadêmica, mas fico pensando até que ponto é viável curtir esta ideia da pedagogia do amor, não só porque é estranha ao contexto eurocêntrico cartesiano, mas porque soa a cortina de fumaça para encobrir uma política educacional incrivelmente perversa. Aprendizagem quase não existe, sobretudo no Ensino Médio (EM), não levamos quase nada para a vida da escola e a série histórica do Ideb desde 1995 escancara um sistema inepto, para não dizer inútil, sem perspectiva de mudança. A miséria educacional atravessa os governos, independentemente da ideologia, porque o instrucionismo é a postura padrão, hoje globalizada, também acolhida oficialmente no PISA: o sistema é tipicamente de “ensino”, instrução, baseada na aula copiada para ser copiada, conteudista, tal qual aprecia a escola privada.</p><p>&nbsp;</p> ER -